O engenheiro, professor universitário e investigador, Pedro Portela, concluiu há pouco sua dissertação de mestrado. Ele estudou o universo das rádios de Portugal na Internet e fez um cruzamento dos temas "rádio, Internet e cidadania". Chegou à conclusão que as rádios ainda não sabem explorar o potencial que o mundo em rede proporciona e os ouvintes também não utilizam as ferramentas de interatividade que o meio possibilita.
Em entrevista ao Comum Online, feita por Rita Araújo, Pedro Portela disse:
"30 por cento das rádios estão fora da Internet, ou seja, as rádios cuja actividade principal é hertziana não estão dignamente presentes na Internet e ignoram o potencial que isso lhes pode trazer. Julgo que isso acontece essencialmente porque ainda não perceberam as vantagens inerentes à Internet, estão ainda presas a modelos de negócio ligados apenas à antena hertziana.
Depois, mesmo as que estão presentes online, têm uma presença muito pouco activa. Ainda não foram capazes de compreender a abrangência que a Internet pode trazer à sua estação. De facto, há outras coisas para além de uma emissão sonora que podem servir para chegar não só a públicos mais vastos como a criar produtos de comunicação bem mais interessantes e participativos. Nesse aspecto, encontrei as rádios nacionais, que usam as ferramentas interactivas, embora apenas ao serviço de uma lógica de entretenimento (blogues, fóruns…).
Relativamente a rádios abertas à participação do cidadão comum encontrei muito pouco. Falo da participação do cidadão um pouco como um jornalista; o ciberjornalismo a partir da vivência quotidiana das pessoas. Digamos que aí poderemos estar ainda na pré-história daquilo que é o jornalismo participativo."
(Imagem: Info.Abril)
Nenhum comentário:
Postar um comentário