Sempre que estou com estudantes de comunicação, costumo dizer:
"O mundo é feito por pessoas e para pessoas. Portanto, é preciso trabalhar o jornalismo com paixão, é preciso haver envolvimento entre nós e aquela reportagem na qual estamos engajados. Um jornalista jamais pode ser arrogante. Ele deve conversar em tom de igualdade com todas as pessoas - do mais rico ao mais pobre, do mais letrado ao analfabeto - e descobrir os tesouros que vão se transformar em grandes reportagens. É preciso humanizar o trabalho."
Nós, jornalistas, estamos sempre muito ocupados com nossas fontes "importantes", nosso "poder" ilusório e, por isso, muitos acabam por "emburrecer" dentro das redações.
Estava justamente pensando sobre isso quando me deparei hoje com um texto do jornalista José Paulo Lanyi, publicado no site Comunique-se, que foi ao encontro de muitas coisas que eu penso e procuro dizer. Em um artigo extremamente humamo, que Lanyi intitulou "A Roda Burra do Jornalismo", ele diz:
"Todos nós estamos ficando tecnicamente assépticos– ou, se preferir, assepticamente técnicos. Na melhor das hipóteses, manjamos muito da nossa profissão e nada da vida; na pior (que também é a mediana), não manjamos nada da profissão e afetamos saber muito mais do que sabemos da vida (dos outros). "
E muitos ainda questionam se o jornalismo tradicional vai acabar por conta das novas mídias, da Internet, da convergência. Se olharmos mais de perto e mais atentos vamos perceber o óbvio: aquele velho e bom jornalismo já morreu. E nós que o matamos.
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