Li, por indicação do colega jornalista Rafael Paes Henriques, uma entrevista de um dos mais conhecidos especialistas mundiais em marketing das artes e da cultura: François Colbert, professor da École de Hautes Études Commerciales de Montréal.
A entrevista, feita por Rita Curvelo, está publicada no livro "A Cor dos Media", da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, editado pela Quimera.
Ao ser questionado sobre quem é o consumidor da arte, François Colbert disse:
"Se tivermos em mente a arte erudita, são todos aqueles que tiveram altos níveis de educação ou instrução. (...) Quanto mais contemporâneo for o estilo de arte, mais formação terão os nossos consumidores (70% a 80% são licenciados). As mulheres são o nosso principal target, mas também depende muito do tipo de arte.
Na dança, por exemplo, talvez 70% a 75% do público seja feminino, nos concertos de músicas clássicas não há grandes distinções, no jazz temos mais homens na assistência, enquanto nos museus e teatros temos dois terços de mulheres como consumidoras.
Quanto a hábitos de leitura, temos mais mulheres a ler romances e mais homens a ler jornais. Relativamente ao sector cinematográfico, existem dois grandes segmentos: aquele que engloba pessoas entre os 15 e os 25 anos; e outro que reúne pessoas com idades superiores aos 25 anos.
No que toca à arte mais popular temos um público alvo mais vasto, falamos então da população em geral, independentemente do seu grau académico ou da sua origem geográfica ou social."
Obs: Temos que levar em conta que a lógica do marketing enxerga a arte como fator de consumo, sem romantismos ou grandes indagações. Portanto, não é intenção do post discutir o que é arte, mas sim, mostrar o tema sob um enfoque comercial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário