sexta-feira, abril 27, 2007

Manual para uma gestão adequada de uma empresa jornalística

O Departamento de Comunicação da Universidade do Minho tem realizado seminários onde doutorandos expõem suas pesquisas e metodologias, para que haja uma troca de idéias e um debate, com o intuito de partilhar conhecimento e trocar experiências.

No último encontro, o professor Luís Santos apresentou seu projeto, que analisa as mudanças do jornalismo atual, a partir das redações. Entre os textos que ele utilizou como referência está um de Robert Picard (foto), da Jönköping International Business School, da Suécia.


Picard trabalha na linha da economia da mídia e aborda algumas questões que podem direcionar as empresas jornalísticas que não querem perder o bonde da história e nem os lucros. Entre as considerações do acadêmico, expostas pelo professor Luís Santos, estão:


1) É preciso dar mais valor ao jornalismo, investir na produção de reportagens bem trabalhadas, com conteúdo. Picard diz que em muitas empresas de comunicação, os gestores não conhecem a fundo o produto vendem.


2) É necessário regionalizar ou especializar a produção jornalística.


3) A cobertura deve mudar de ênfase, ter volume e velocidade menores e um enquadramento mais específico, aprofundado.


4) Os leitores precisam ter acesso fácil aos conteúdos contextualizadores, ou seja, os arquivos devem estar facilmente disponíveis. A audiência deve ser bem informada sem que precise fazer um grande esforço para obter as notícias relevantes para ela.


5) As empresas devem assumir um lugar merecedor de confiança, trabalhar com honestidade.


6) A marca da empresa deve ser bem explorada, pois funciona como um certificado de credibilidade.


7) O trabalho deve ser sólido e estar disponível no momento certo e na plataforma adequada. Não adianta querer fazer por fazer, apenas para estar presente nos novos meios. Se a empresa se propõe a divulgar notícias por meio dos telefones celulares, por exemplo, deve entender aquela linguagem e colocar um conteúdo inerente ao meio.


8) Apostar em ser um fornecedor preferencial de jornalismo, independente da plataforma que a audiência vai utilizar.


9) É necessária a participação externa nos processos jornalísticos. Há que se considerar quem não está diretamente ligado ao processo.


10) Deve-se criar experiências marcantes e de impacto.

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