segunda-feira, abril 30, 2007
5º Sopcom: novo prazo para o envio de resumos
O texto da proposta de comunicação deverá ter entre 350 e 500 palavras, incluindo espaço de título, autor, o corpo do texto e três ou quatro palavras-chave.
Os resumos devem ser enviados para o endereço 5sopcom.papers@ics.uminho.pt.
sexta-feira, abril 27, 2007
Manual para uma gestão adequada de uma empresa jornalística
No último encontro, o professor Luís Santos apresentou seu projeto, que analisa as mudanças do jornalismo atual, a partir das redações. Entre os textos que ele utilizou como referência está um de Robert Picard (foto), da Jönköping International Business School, da Suécia.
Picard trabalha na linha da economia da mídia e aborda algumas questões que podem direcionar as empresas jornalísticas que não querem perder o bonde da história e nem os lucros. Entre as considerações do acadêmico, expostas pelo professor Luís Santos, estão:
1) É preciso dar mais valor ao jornalismo, investir na produção de reportagens bem trabalhadas, com conteúdo. Picard diz que em muitas empresas de comunicação, os gestores não conhecem a fundo o produto vendem.
2) É necessário regionalizar ou especializar a produção jornalística.
3) A cobertura deve mudar de ênfase, ter volume e velocidade menores e um enquadramento mais específico, aprofundado.
4) Os leitores precisam ter acesso fácil aos conteúdos contextualizadores, ou seja, os arquivos devem estar facilmente disponíveis. A audiência deve ser bem informada sem que precise fazer um grande esforço para obter as notícias relevantes para ela.
5) As empresas devem assumir um lugar merecedor de confiança, trabalhar com honestidade.
6) A marca da empresa deve ser bem explorada, pois funciona como um certificado de credibilidade.
7) O trabalho deve ser sólido e estar disponível no momento certo e na plataforma adequada. Não adianta querer fazer por fazer, apenas para estar presente nos novos meios. Se a empresa se propõe a divulgar notícias por meio dos telefones celulares, por exemplo, deve entender aquela linguagem e colocar um conteúdo inerente ao meio.
8) Apostar em ser um fornecedor preferencial de jornalismo, independente da plataforma que a audiência vai utilizar.
9) É necessária a participação externa nos processos jornalísticos. Há que se considerar quem não está diretamente ligado ao processo.
10) Deve-se criar experiências marcantes e de impacto.
quarta-feira, abril 25, 2007
Jornalismo On line e Punk Rock
Um blog, ainda em estágio embrionário, está no ar. É o viberock, que vai armazenar toda a produção dos estudantes. Posteriormente o conteúdo será organizado e inserido em um site, que também será elaborado pelos alunos.
Textos, vídeos, podcasts e fotos serão as ferramentas utilizadas. O exercício do hipertexto é o caminho.
Uma data para ser lembrada sempre
33 anos após o 25 de abril, a extrema direita volta a mostrar que está viva no país e cada vez mais agressiva:
O Partido Nacional Republicano assume um xenofobismo até então implícito e coloca em Lisboa um out-door contra a imigração.
O Grupo de Humoristas Gato Fedorento, ironiza as idéias do PNR e também coloca um out-door em Lisboa, rebatendo o xenofobismo.
Um dia após o out-door dos humoristas ser colocado, a Câmara de Lisboa mandou o cartaz ser retirado, pois teria sido colocado ilegalmente por não possuir "licença camarária".
No dia 18 de abril, a Polícia Judiciária portuguesa deteve 20 pessoas ligadas aos movimentos de extrema-direita. Os policiais apreenderam revólveres, sprays de defesa, bastões, armas de calibre militar e material de propaganda nazi.
É óbvio que os movimentos nazi são feitos por pessoas desequilibradas, totalmente fora de sintonia com o mundo atual. No entanto, as insatisfações com os governos democráticos têm levado muitas pessoas a ressaltarem como positivos os governos totalitários. Parece que esqueceram das censuras, torturas, mortes, atraso, corrupção, do cerceamento à liberdade que esses governos trouxeram.
É bom que feriados como os de hoje em Portugal sirvam para que as pessoas se lembrem de alguns horrores praticados pelos ditadores, antes que essas datas se tornem apenas um dia em que não se trabalha.
Em tempo: Em março, António de Oliveira Salazar foi escolhido, num concurso realizado pela RTP - emissora pública de TV, como o maior português de todos os tempos. Obteve 41% dos votos dos telespectadores.
terça-feira, abril 24, 2007
Google coloca pequenas empresas no mercado de anunciantes
De acordo com a revista Info, da Editora Abril:
"Mesmo com orçamentos de marketing modestos e um alcance que às vezes não passa de alguns bairros de uma cidade, essas companhias compram links patrocinados, aqueles pequenos anúncios em forma de texto que são exibidos de acordo com a palavra digitada pelo internauta, geralmente acima ou ao lado dos resultados da busca. Com seu baixo custo e facilidade para comprovar o resultado - o anunciante só paga quando alguém clica na propaganda -, os links patrocinados atraíram companhias que estavam fora do mercado publicitário por não ter meios de pagar os preços das mídias tradicionais."
Agora o Google vai utilizar essas empresas como uma estratégia de marketing para atrair ainda mais esses pequenos anunciantes. Vai comprar espaços nas mídias tradicionais para publicar os anúncios dos seus "clientes-formigas". Obviamente, uma publicidade num grande jornal, de circulação nacional, atingirá um público que vai além do mercado da padaria da esquina de um bairro qualquer. Mas, para o Google, certamente terá um resultado que vai incrementar suas vendas. A conferir.
segunda-feira, abril 23, 2007
Casos em que o jornalismo foi notícia
A edição faz parte da coleção Comunicação e Sociedade, dirigida por Moisés de Lemos Martins e resulta de uma colaboração entre o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho e a editora Campo das Letras.
Segundo a editora:
"Nesta obra, o leitor terá oportunidade de se confrontar com casos que assumem uma particular característica: neles e através deles, foi o próprio jornalismo que se tornou notícia. E nem sempre pelas melhores razões. Os casos em análise configuram três tipos de situações: os mega-acontecimentos, de cunho trágico e traumático, que a cobertura mediática amplia, enquadra, reconstrói e significa; os escândalos relacionados com práticas de jornalistas que põem em causa as instituições jornalísticas e o próprio jornalismo; e os processos extra-jornalísticos, com efeitos reais ou imputados mais ou menos devastadores no campo jornalístico e no modo de fazer jornalismo."
Quem não está em Portugal pode encomendar o livro por meio do site da Campo das Letras.
Imprensa X Igreja
"As mensagens da Igreja são submetidas a certa manipulação e falsificação por alguns meios ocidentais. (...) Os comentaristas que tiram frases de seu contexto em uma extrapolação enganosa exercem seu trabalho de forma desonesta."
O cardeal também se referiu aos produtores do documentário do Discovery Channel "O Túmulo perdido de Jesus", que coloca em questão a ressureição de Cristo:
"Só penso que é uma vergonha a forma em que esta história está sendo inflada e manipulada. (...) É um truque publicitário, e fará estes rapazes muito ricos, e afetará a milhões de pessoas inocentes porque não sabem o suficiente para separar os fatos da ficção".
Amém!
Lançado Observatório do Direito à Comunicação
sexta-feira, abril 20, 2007
Curta às sextas: Minhocas
Link: Minhocas
Sinopse: Quando a criança está pronta para perguntar, os adultos podem não estar preparados para responder. O dilema do questionamento, enfrentado por pais e filhos, é o assunto dessa família de minhocas, na qual o Júnior está crescendo e ainda não conseguiu do pai, da mãe e do avô nenhuma resposta convincente para uma questão que não pára de intrigá-lo: por que é proibido cavar para cima?
Assessoria de comunicação: blogueiros gatekeepers
É um excelente estratégia para as empresas que pretendem atingir a um público específico, direcionado.
Quem diria que os blogueiros um dia se tornariam gatekeepers!
25 mil euros para jornalismo ambiental em Portugal
Podem participar jornalistas e estudantes de jornalismo que tiverem reportagens publicadas nos meios portugueses de 1 de outubro de 2006 a 31 de maio de 2007, sobre o meio ambiente, com ênfase na divulgação de boas práticas de redução, reciclagem ou reutilização de resíduos sólidos urbanos.
Mais informações em www.valorsul.pt/premio.
quinta-feira, abril 19, 2007
Joost: TV via Internet
quarta-feira, abril 18, 2007
Twitter: O blog instantâneo, o jornalismo de frases curtas
terça-feira, abril 17, 2007
Briga Record x Globo aquece mercado jornalístico
segunda-feira, abril 16, 2007
Os blogs e o massacre na Universidade Virginia Tech
Eu fui um dos que buscaram saber a versão dos acontecimentos de quem esteve lá. Decidi ler o que as pessoas sentiram e puderam publicar sem a mediação da imprensa. Encontrei o Bryce's Journal - o blog de um estudante (foto) que está fazendo a cobertura do massacre, de acordo com sua própria ótica dos fatos. Ele publicou também fotos e vídeos.
Na minha opinião, em termos de transmitir o pânico que se instalou na Universidade e o que os estudantes sentiram, o blog jamais poderia ser substituído por qualquer jornal.
NAB 2007: Maior feira de mídia e eletrônica do mundo acontece nos EUA
sábado, abril 14, 2007
Dica: transforme os sons do YouTube em MP3
sexta-feira, abril 13, 2007
Curta às sextas: O sanduíche
Link: O Sanduíche
Sinopse: Os últimos momentos de um casal, a hora da separação. O fim de alguma coisa pode ser o começo de outra. Outro casal, os primeiros momentos, a hora da descoberta. Encontros, separações e um sanduíche. No cinema o sabor está nos olhos de quem vê.
A visita do criador do Orkut ao Brasil
Orkut Buyukkokten (foto) nasceu na Turquia, estudou na Universidade de Stanford e é engenheiro do Google. Em sua primeira visita ao Brasil, falou sobre redes sociais na Internet.
Beth Saad acredita que a ida do engenheiro ao país é estratégica e tem fins comerciais. Segundo ela:
"Pelos próprios dados apresentados na palestra, hoje 72% dos usuários do Orkut são brasileiros, em torno de 10% são da Índia, e o restante de países como Irã e outros asiáticos. Portanto, este simpático público brasileiro se constitui no maior mercado com potencial de montização da base de dados do Orkut. Sua visita de três semanas ao país esteve recheada de seções de focus groups, bate-papos face-a-face com os usuários e, principalmente percepção de nossa cultura, hábitos, desejos e necessidades."
As demais observações da pesquisadora podem ser lidas aqui e aqui.
A RTP na era da TV digital
O Engenheiro da RTP, Rui Matos (foto), revelou algumas estratégias da emissora. Segundo ele, as fitas serão extintas e todo a produção será digitalizada e disponibilizada numa rede interna. Esse material será modificado de acordo com o meio para o qual vai ser transmitido. Ou seja, serão criadas novas linguagens específicas de acordo com os meios que os telespectadores utilizarão para assistir à programação. Quem for assistir à RTP em aparelhos de telefonia móvel, por exemplo, terá disponível programas com mais definição e menor duração.
A boa notícia para os acadêmicos é que essa plataforma única com as produções da RTP poderão ser disponibilizadas para acesso nas Universidades. Pelo menos é essa a promessa. A RTP, que é pública, estaria, dessa forma, incentivando a produção científica e a formação de novos profissionais da comunicação.
Já o jornalista José Alberto Lemos (foto), diretor da RTPN - o canal via cabo all news da RTP, destacou que, com as mudanças digitais, a tendência é que os formatos se tornem mais curtos. Lemos lembrou que, apesar de toda a globalização e do comércio de produções de diversos países, há um fenômeno mundial que ocorre no horário nobre das televisões: os telespectadores optam por assistir ficção em sua própria língua. No caso de Portugal, além das novelas nacionais, há uma audiência maciça das novelas da Globo.
Lemos disse que a RTP está disponibilizando parte de suas produções no YouTube. Falou ainda que, apesar do crescimento dos canais a cabo, é na tv gerenalista que as pessoas têm seu foco principal. Afirmou que, em Portugal, entre 75% e 80% das pessoas vêem principalmente os canais abertos.
José Pérez Tornero (foto), professor da Universidade Autônoma de Barcelona e especialista em alfabetização digital, falou que a TV digital é a oportunidade que a sociedade tem de repensar a televisão e produzir programas de maior qualidade. Ressaltou a questão da interatividade. Segundo ele, a partir da nova TV os telespectadores serão ativos, ao contrário da TV atual, que é estática. São dois modelos que já começam a coexistir: as TVs que têm como paradigma a comunicação de massa e as TV interativas, com o novo paradigma digital.
Tornero lembrou que os jovens de hoje estão sempre conectados e disponíveis para o outro. No entanto esse outro é virtual. A conectividade se dá por meio de telefones móveis, computadores, programas como MSN, chats, etc. Isso representa um grande desafio para as televisões que precisam ser muito atraentes para despertarem a atenção dessa nova geração.
Tornero disse que a solução que tem sido encontrada passa pela realização de grandes eventos que transcendem o meio televisivo, como os reality shows e acontecimentos de dimensão mundial, como as Copas do Mundo e Olimpíadas.
O professor referiu-se ainda aos novos meios digitais como uma possibilidade de romper a hegemonia dos Estados Unidos no agendamento de notícias. Narrou casos como as torturas dos prisioneiros iraquianos feitas por soldados norte-americanos, que só vieram à tona a partir da Internet.
Tornero revelou ser pessimista em relação à TV digital terrestre, ou seja, à TV digital aberta e gratuita, que está em fase de implementação. Para ele, os canais à cabo, via Internet e via satélite podem oferecer mais possibilidades e os governos deveriam pensar nesses meios de transmissão para promover a cidadania. Na verdade ele tem uma visão muito otimista da nova televisão e mostra acreditar que a programação poderá se voltar mais para a cidadania e educação.
O próximo ciclo de debates sobre a TV na era digital acontece no dia 17 de maio, na Universidade do Algarve.
quarta-feira, abril 11, 2007
Concurso CNN para estudantes de jornalismo
Para participar, o estudante deve contar com o apoio de um professor orientador e produzir uma reportagem televisiva de até dois minutos. O tema este ano é "Esporte como Ação Social".
Os três primeiros colocados terão suas reportagens veiculadas no site do concurso e a matéria vencedora será exibida na CNN International. O primeiro colocado ganhará ainda passagem para visitar os estúdios da CNN Internacional, em Atlanta, nos Estados Unidos.
Mais informações sobre o concurso no site www.concursocnn.com.br
terça-feira, abril 10, 2007
Technorati: Um novo blog a cada 1.4 segundo.
O total de blogs monitorados já chega a 70 milhões. Cerca de 120 mil blogs são criados diariamente.
Um problema na blogosfera, o alto número os blogs de spam - ou splogs - tem diminuído. Em dezembro foram criados 11 mil splogs por dia. Mas, devido às ações das empresas que hospedam os blogs, essa média diária vem caindo e agora varia entre 3 mil e 7 mil.
O relatório mostra ainda o percentual de postagens por língua. Veja os índices:
Japonês - 37%
Inglês - 36%
Chînês - 8%
Italiano - 3%
Espanhol - 3%
Português - 2%
Russo - 2%
Francês - 2%
Alemão - 1%
Farsi (persa iraniano)- 1%
Outras línguas - 5%
Confira aqui os dados completos (em inglês).
segunda-feira, abril 09, 2007
Sozinho na multidão: marketing para a geração digital
sábado, abril 07, 2007
No Brasil: Dia do Jornalista
Até o ano passado, segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), havia no Brasil cem mil registros de jornalistas, dos quais 60% estavam na ativa.
Curta Metragem: Estrada, de Jorge Furtado
sexta-feira, abril 06, 2007
Orkut politicamente incorreto
quinta-feira, abril 05, 2007
O jornalismo do futuro: o auge dos vídeos e o fim do impresso
"Os tradicionais meios de comunicação norte-americanos enfrentam tempos difíceis. Ainda que a internet crie novos problemas como a questão dos direitos autorais e da credibilidade, sua generalização tem trazido mudanças radicais na imprensa mundial.
'Os principais donos das empresas da imprensa escrita norte-americana compreendem agora que perderão cada vez mais terreno' na batalha pela atenção dos leitores, disse recentemente o multimilionário Warren Buffett, acionista do jornal Washington Post.
'De fato, muitos dirigentes de jornais, cronistas e observadores dos principais acontecimentos mundiais não viram ou não se preveniram sobre o que estava acontecendo embaixo de seus narizes', ironizou.
De acordo com um recente estudo do centro de pesquisas Pew, 43% dos norte-americanos usam agora a internet para ter acesso às notícias, enquanto apenas 17% lêem primeiro os jornais nacionais.
Segundo o centro de pesquisas TNS Media Intelligence, os gastos com publicidade continuam a crescer, mas a passos lentos. Sem contar com as contribuições cíclicas dos Jogos Olímpicos e das eleições, a média do aumento tende a ser em torno de 3%.
Os gastos com publicidade em 2006 - ano em que se celebraram as eleições legislativas americanas - sofreram uma queda 3,3% nos jornais norte-americanos de circulação local. Já os da imprensa nacional só aumentaram 3,3%, segundo dados do TNS. A televisão também não apresentou números muito melhores, com um aumento geral de 5,3% em seus gastos publicitários. Este valor, no entanto, esconde o crescimento de 10,4% provocado pelas campanhas políticas. A publicidade comercial só apresentou aumento de 2,5%.
Com relação à publicidade, o grande vencedor foi mesmo a internet, que atrai tanto a publicidade política como a comercial. Contudo, apesar dos gastos com publicidade terem crescido 17,3% no ano passado, elas só geraram 9,76 bilhões de dólares. A quantia é vultosa, mas é menor se for comparada com o que geram os gastos globais da televisão (65,4 bilhões) e da imprensa (58 bilhões).
A cifra da internet é similar às inserções da rádio, que alcançaram 11 bilhões de dólares em 2006. O site de buscas Google, um gigante da internet, lançou a moda da publicidade em rede, que se adapta ao perfil de cada usuário, e é por isso que hoje atrai 30% do mercado publicitário da internet. O Yahoo!, seu principal rival, detém 20%.
A internet também permite aos usuários a possibilidade de não apenas ter acesso à informação, mas também ser parte dela, por meio da explosão de blogs nos meios de comunicação em rede. 'Nós vamos nos tornar nossos próprios editores. Daqui por diante, será o consumidor que estará no comando e não mais o jornalista', disse à AFP Tom Rosenstiel, diretor do Projeto para a Excelência do Jornalismo.
A expressão 'citizen journalist' (cidadão jornalista) já é corrente nos Estados Unidos, num momento em que o êxito fulminante de sites de trocas de vídeos, como o YouTube - comprado recentemente pelo Google - deu a cada um o poder de sair na frente das câmeras. Mas tudo isso põe à mesa a questão dos direitos de propriedade intelectual.
O grupo norte-americano de meios maciços de comunicação, Viacom, acaba de pedir judicialmente que o YouTube pague um bilhão de dólares por danos gerados pela utilização ilegal de seus produtos. E o exemplo recente de um vídeo 'fabricado', dirigido contra a candidata democrata à presidência Hillary Clinton, também gerou questionamentos acerca da credibilidade das informações veiculadas. A metamorfose dos meios vai mudar os hábitos de todos.
A sacrossanta televisão e seus programas de horário fixo darão lugar a sistemas de emissão contínua (TiVo), a vídeos escolhidos e a elementos como a nova iTV da Apple, que permite assistir ao material baixado da internet nos aparelhos de televisão convencionais. 'É um cruzamento entre internet e televisão, inimaginável há 10 anos. Dentro de dois anos, a televisão já não será mais uma caixa especializada, mas sim um dos elementos de uma rede doméstica sem fio', explicou Tim Hanlon, do centro de análises estratégicas Denuo.
Jornalismo impresso
Ler jornal ao lado de uma fumegante xícara de café se tornará, em breve, coisa do passado, quando a tecnologia digital e de vídeo substituir os veículos impressos de hoje, afirmam especialistas. 'Sabemos que as redes digitais de banda larga serão ampliadas, assim como as redes de banda larga sem fio', afirmou Andrew Nachison, presidente da Ifocos, assessor de mídia.
Nachison prevê que será possível acessar podcasts (transmissões baixadas da internet), mensagens de vídeo, assim como 'blogs', livros e sites na internet através de serviços de vídeo sem fio, como produto do desenvolvimento da tecnologia. 'É bastante óbvio que a conexão digital será como oxigênio para nossa cultura', comentou. 'Somos testemunhas de uma explosão na criação de vídeos e estamos ingressando em uma era na qual o vídeo estará em todos os lugares', estimou.
Estudos indicam que o número de leitores de jornais nos Estados Unidos está diminuindo, enquanto o ciberespaço ganha terreno. Um boletim recente do centro de pesquisas Pew em Washington revelou que 43% dos americanos utiliza a internet para se informar, enquanto apenas 17% têm como principal fonte um jornal impresso de alcance nacional.
Amy Eisman, chefe da escola de comunicação da American University de Washington, disse que os consumidores no futuro poderão receber as notícias na palma da mão. 'Vídeo, internet, áudio, entretenimento, temos a impressão de que mais e mais coisas estarão (disponíveis) em aparelhos portáteis', ressaltou Eisman. 'Haverá maior disponibilidade global de banda larga sem fio (...) e a informação provavelmente se baseará mais no visual do que no texto', acrescentou.
Nachison concordou, ao acrescentar que as mudanças tecnológicas permitirão que a informação convirja para um único aparelho. 'Um telefone, uma câmara de vídeo, um aparelho de GPS, um comunicador pessoal são o tipo de coisas que vemos hoje. É difícil saber o que teremos daqui a 10 anos', enfatizou. Segundo ele, os vídeos serão a mídia dominante para a informação, com consumidores que poderão baixá-los à vontade na internet ou nos telefones portáteis.
Nachison explicou: 'as pessoas estarão fazendo vídeos constantemente (...) Não será uma atividade especial, será uma ação normal, como é agora escrever um e-mail'. 'Em vez de receber mensagens de texto em nossos telefones, receberemos mensagens em pequenos vídeos', falou.
Com essa idéia em mente, vários especialistas acreditam que os jornais como conhecemos poderão se transformar em algo do passado num futuro próximo. Em 2006, por exemplo, as redações americanas cortaram 18.000 postos de trabalho, 88% a mais que em 2005, quando 9.543 foram suprimidos. "A impressão pode estar morrendo", declarou à AFP Tom Rosenstiel, diretor do Projeto para a Excelência no Jornalismo, que anualmente publica um informe sobre a situação da imprensa nos Estados Unidos. "Não posso garantir que jornais ainda serão impressos daqui a 10 ou 15 anos", disse.
Na última conferência 'Nós, Imprensa', organizada pela Ifocos e que discute o estado da mídia, especialistas previram que os consumidores do futuro terão acesso a um aparelho flexível, fino e leve que servirá para acessar os meios e que poderá ser usado como um jornal, só que digital.
Na área econômica, se espera uma mudança dramática para a publicidade, já que os comerciais para a internet não são tão lucrativos como os impressos. 'Os ganhos de publicidade em uma página web é cerca de 30% do equivalente em um jornal', ressaltou Rosenstiel. 'Por cada dólar que ganho de um leitor de mídia impressa, só consigo 30 centavos se essa pessoa se tornar um leitor on-line', explicou.
A situação pode ser compensada quando o preço do acesso à internet e ao cabo for reajustado, afirmou. 'O tamanho das empresas de imprensa simplemente diminuirá', afirmou Nachison. 'Os lucros cairão e este será um desafio para o financiamento do jornalismo', acrescentou.
Polêmica
Os "bloggers" são os colunistas mais lidos, os pedestres com telefones celulares viraram fotógrafos e aqueles movidos por causas pessoais são especialistas na investigação: na era da internet, qualquer um pode ser um "jornalista cidadão".
Os sites que exibem vídeos, imagens e páginas pessoais são a prova desta florescente expansão. 'É um grupo enorme de pessoas que não tem nenhuma formação (em jornalismo), mas quer fazer parte das grandes discussões', disse a presidente da Sociedade Americana de Jornalistas Profissionais (SPJ, sigla em inglês), Christine Tatum.
Em dezembro passado, o gigante da Internet Yahoo! lançou o 'YouWitnessNews', um site que publica matérias de pessoas comuns, editadas por jornalistas profissionais. O site de notícias canadense 'NowPublic', criado há dois anos, 'conta' com mais de 60.000 'jornalistas' de 140 países. Tanto o 'YouWitnessNews' quanto o 'NowPublic' firmaram acordos com conhecidas agências de notícias para fornecimento de conteúdo e fotos.
Vários sites que exibem vídeos, como YouTube, Revver ou Bebo, tentam por todos os meios estimular as pessoas a alimentar suas páginas com notícias ou comentários. O site Revver até paga seus colaboradores com um percentual dos lucros obtidos com publicidade. 'Trata-se de pessoas comuns que foram testemunhas de coisas extraordinárias e querem compartilhá-las', explicou o fundador do NowPublic, Leonard Brody. 'Quando acontece alguma coisa, quem é mais confiável: um jornalista ou editor, ou milhares de pessoas?', provocou.
Seis meses atrás, estes 'jornalistas cidadãos' foram os únicos a mostrar imagens do golpe de Estado na Tailândia à rede CNN. Durante os atentados de Londres em 2005, as primeiras imagens que alimentaram a internet foram capturadas pelos celulares dos pedestres. 'O jornalismo cidadão seduz enormemente os jornais', afirmou Mark Fitzgerald, da publicação especializada em mídia 'Editor and Publisher'. 'Um dos aspectos que mais atraem os jornais é que os jovens que não são leitores de jornais se sintam tentados pela idéia de serem publicados e serem parte de um jornal', acrescentou.
A agência de imprensa financeira Dow Jones teve de incorporar 'blogs' em seu site on-line, muito a contragosto, temendo perder sua reputada confiabilidade, disse o chefe do site Marketwatch.com, Bambi Francisco. 'Do ponto de vista editorial, eles se negavam a fazê-lo, mas do ponto de vista financeiro viram que tinham de fazer isso, porque iria significar mais visitas a sua página', justificou Francisco, durante uma coletiva de imprensa sobre jornalismo digital, em março, em Los Angeles. 'O conteúdo fornecido pelos usuários gera lucros', destacou.
Esta sedutora tendência tem, porém, um gosto amargo para os veículos mais tradicionais, comentou Andrew Keen, autor do livro 'The cult of the amateur: how today's Internet is killing our culture' (O culto do amador: como a Internet de hoje está matando nossa cultura, numa tradução livre), que será lançado em junho.
Keen ressalta que ele não confia nesta chuva de opiniões, fotos e vídeos on-line. 'Não me inspira confiança', sentenciou, em conversa com a AFP. 'O pêndulo se inclinou de uma maneira tão radical que agora qualquer pessoa acha que é um especialista. Você pode imaginar o que pode acontecer se os jornais desaparecerem e ficarmos entregues à blogosfera?', especulou.
Já para Christine Tatum, o 'grande problema é que muitas destas pessoas não têm nenhuma experiência (...) sobre as leis, nem os princípios fundamentais de um jornalismo sólido e responsável'. Em meio a tantas críticas, o especialista em mídia Leonard Brody diz que a era do jornalismo de 'fontes múltiplas' está apenas começando e vai evoluir para um trabalho em equipe, similar ao processo feito pela enciclopédia virtual Wikipedia. 'Pela primeira vez, as organizações monopólicas de notícias terminaram, desapareceram. Elas perderam a guerra'.
(Notícia publicada em cosmo.com.br)
(Imagem: webkrause)
quarta-feira, abril 04, 2007
Marketing: Caldeirão de imprensa
Já há em São Paulo "caldeirões" especializados em divulgar para a mídia assuntos específicos sobre o terceiro setor, cosméticos e até sobre palestrantes da área de gestão empresarial. Assim, é possível contratar uma assessoria de imprensa por apenas 600 reais mensais (aproximadamente 200 euros).
O marketing de baixo custo se tornou uma importante área de estudos, que vem ganhando muitos adeptos, pois abrange um mercado até então despreocupado com ações para alavancar as vendas e a promoção pessoal.
terça-feira, abril 03, 2007
Big Brother: Big audiência
A SÉTIMA (!!!) edição Big Brother Brasil, exibido pela Globo, terminou nesta terça-feira. O programa teve, somente na final, 26 milhões de votantes, que elegeram o vencedor do prêmio.
Nas últimas semanas, sempre que um participante era eliminado, o programa registrava audiências próximas aos 50 pontos (cada ponto equivale a 178,3 mil telespectadores na Grande São Paulo), com um share superior a 65%, ou seja, de cada 100 TVs ligados no horário, 65 estavam sintonizadas na Globo.
SOPCOM 2007
Intermezzo de casa nova
O blog é coletivo e conta com a colaboração de importantes investigadores acadêmicos e profissionais do mercado jornalístico. Possui também uma lista de discussão de alto nível. É um dos mais completos blogs sobre jornalismo e comunicação no ciberespaço.
segunda-feira, abril 02, 2007
Mais uma da publicidade
A resposta está aqui, em uma excelente peça publicitária do século XXI.
(Foto: Educaterra)
Publicidade de oportunidade
EyeTrack
"O Poynter Institute, uma importante escola de jornalismo da Flórida, realizou uma pesquisa com 600 voluntários e acompanhou o movimento dos olhos dessas pessoas durante leituras de jornais impressos e de meios online.
Observou-se que, em média, no meio online, as pessoas lêem 77% dos textos escolhidos. Na imprensa tradicional esse percentual é de 62% no formato tradicional e 57% no formato tablóide.
Outras informações podem ser lidas no site do Instituto.
Há também um vídeo, que fala dos resultados da pesquisa, que pode ser visto aqui."
(Imagem: Printlaser)