quinta-feira, agosto 03, 2006

DILEMA UNIVERSITÁRIO

A prática jornalística nos currículos dos cursos que pretendem promover a qualificação profissional pode ser deficiente.Embora reformas nas grades curriculares tentem suprir a demanda por atividades práticas, com oficinas e laboratórios, a opção para os que querem aprimorar o que aprendem na universidade é o estágio.

O estágio em jornalismo no Brasil é proibido por lei desde 1978. A proibição, no entanto, já não inibe a prática. As empresas burlam a legislação registrando nos contratos “estágio em comunicação social”. As faculdades assinam esses acordos e a realização da atividade passou a ser corriqueira.

Sem benefícios, sem direitos garantidos, sem regulamentação e por vezes sem supervisão. Os estágios seguem assim no Brasil. “Se vocês continuarem fazendo estágio, quando se formarem não vão ter emprego”, disse-me uma vez a Professora do Departamento de Comunicação Social da Ufes, Ruth Reis. É essa mesma tese que defende um artigo publicado no Observatório da Imprensa: “Estagiário hoje, desempregado amanhã”.

O que ocorre é que, sem a regulamentação, os estagiários são utilizados como mão-de-obra barata em substituição aos profissionais. Quando se formam muitos dos estudantes que com tanto afinco buscaram a tal prática, já não têm como praticar coisa alguma.

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo tem uma proposta para solucionar o problema, a criação do Programa de Estágio acadêmico. De acordo com a proposta do sindicato o estágio seria permitido com a supervisão de um jornalista, não podendo o número de estagiários ultrapassar 5% do efetivo dos profissionais.

2 comentários:

The unknown human who sold the world disse...

Brasileiro sofredor morre como estagiário. O que manda é o QI? Quem indica? Eu trabalhei em uma produtora onde a jornalista era formada em Pedagogia.

Sergio Denicoli disse...

É preciso mesmo haver uma regulamentação do estágio para evitar a exploração e substituição d emão de obra. Mas proibir o estágio é a pior forma de coibir isso. É preciso uma interação entre quem está começando e quem já tem experiência para que os profissionais saiam da universidade prontos para o mercado de trabalho.