Concedi uma entrevista ao Jornal de Notícias, sobre o processo de implementação da TV digital terrestre em Portugal, que foi publicada neste domingo. O trabalho do jornal sempre foi irretocável, no entanto, acredito que desta vez houve equívocos em relação a algumas das minhas respostas, que acabaram por ser modificadas e publicadas de forma incorrecta. Quero rectificar as informações e acrescentar outras, para que não pairem dúvidas aos leitores:
- Os descodificadores para a TV digital terrestre serão vendidos livremente pelo mercado. O que será definido por concurso público e atribuído a uma única empresa, ou consórcio, são os serviços de difusão televisiva e a licença de operador de distribuição, relativos aos Multiplexers B, C, D, E e F.
- Os actuais concursos que estão em curso não contemplam um novo canal de TV livre. O governo já anunciou que o País terá mais um canal generalista, cujo concurso ainda não foi lançado.
- TV portátil não é sinónimo de TV móvel. A portabilidade é uma das características da TV digital móvel, que poderá ser acessada por meio dos aparelhos telemóveis ou quaisquer outros aparelhos que disponham de tecnologia para receber os sinais do DVB-H, que é o standard definido pela Comissão Europeia para esse tipo de emissão.
- O grau de interactividade na TV digital terrestre é limitado devido à dificuldade de haver um canal de retorno. Os serviços interactivos que serão oferecidos vão ser definidos pelas empresas concorrentes aos concursos da TDT, que devem apresentar soluções nesse sentido em suas candidaturas.
- Em Portugal, cerca de metade da população assiste TV por assinatura, seja por cabo, satélite ou IPTV. A TDT influenciará, sobretudo, a outra metade da população, que não paga para ver televisão. A nova plataforma oferecerá, além da TV livre, um serviço de TV digital terrestre paga, que poderá ter preços mais atractivos do que os que são oferecidos pelas empresas de TV por subscrição que estão no mercado hoje.
Actualização: Tive um feedback do Jornal de Notícias, o que demonstra o profissionalismo dos jornalistas que lá trabalham. Garantiram-me que houve um lapso de edição e que publicarão uma rectificação.
- Mais informações sobre a TDT em Portugal podem ser lidas aqui.
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